O Dia de Finados é, antes de tudo, um convite à reflexão. Um dia em que lembramos quem partiu — mas também em que pensamos sobre o sentido da vida, sobre o amor que permanece e sobre o cuidado que damos e recebemos enquanto estamos aqui.
A morte como parte da vida
Por mais difícil que seja falar sobre o fim, a morte faz parte da existência humana. Ela marca o encerramento da vida biológica, mas também nos ensina sobre o valor do tempo, das relações e da própria vida.
Muitas vezes, o medo da morte reflete o medo de não ter vivido plenamente. É ela que nos faz desejar aproveitar melhor os dias, cuidar mais de quem amamos e valorizar o presente.
O luto e o processo de despedida
A perda desperta dor, saudade e, muitas vezes, um silêncio difícil de preencher. O luto é um caminho único — cada pessoa o vive de forma diferente.
Elisabeth Kübler-Ross descreve cinco fases desse processo: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Não há uma ordem exata entre elas, e nem todas as pessoas passam por todas as etapas. Mas compreender que o luto é parte natural da vida ajuda a torná-lo menos solitário.
A importância do cuidado até o fim
Ter uma “boa morte” significa poder partir com dignidade, cercado de afeto, com o sofrimento físico e emocional aliviado. Para isso, é essencial o papel dos familiares, amigos e profissionais de saúde — que acolhem, escutam e respeitam os desejos de quem está partindo.
Cuidar de alguém até o fim da vida é um gesto de amor profundo, que exige coragem e sensibilidade.
Quando a perda ensina a viver
A morte nos confronta com o que realmente importa: o amor, a presença, o perdão, o tempo compartilhado. É no limite da perda que aprendemos a valorizar os pequenos momentos, a luz depois da escuridão.
Como dizia D’Assumpção, “o medo da morte é, na verdade, o medo da vida mal vivida”. E talvez seja essa a mensagem mais bonita do Dia de Finados: viver com mais sentido, para que, quando o fim chegar, reste a paz de quem amou e foi amado.
Fonte: TAVERNA, Gelson; SOUZA, Waldir. O luto e suas realidades humanas diante da perda e do sofrimento. Caderno Teológico da PUCPR, v. 7, n. 1, p. 38-55, 2022.





