A desnutrição em pessoas idosas — ou desnutrição proteico-energética — é um problema sério, que ocorre quando a ingestão de nutrientes é insuficiente para suprir as necessidades do corpo. No envelhecimento, ela é especialmente perigosa, pois leva à perda de massa muscular, fragilidade física, piora do desempenho cognitivo e aumento de complicações em doenças e internações .
Esse quadro é prevalente entre os idosos: cerca de 3% em domicílios, 22 % em hospitais e quase 30 % em lares de longa permanência, chegando a 50 % em pacientes com câncer, insuficiência cardíaca ou em reabilitação.
Os principais causadores são a ingestão reduzida — causada por perda de apetite, alterações do paladar e dificuldades na deglutição — e o aumento das necessidades nutricionais, relacionados a doenças crônicas e inflamação .
O diagnóstico deve ser feito com ferramentas adequadas como o Mini Nutritional Assessment (MNA) e os critérios GLIM, que consideram a perda de peso, índice de massa corporal e redução de massa muscular.
Sem intervenção, a desnutrição acelera a fraqueza, reduz a qualidade de vida, prolonga o tempo de internação e eleva os custos de saúde.
Para prevenção e tratamento: o foco deve estar na readequação da dieta (adequação calórico-proteica), estímulo do apetite, suplementação quando indicada, e monitoramento contínuo por equipe multidisciplinar.
A reestruturação alimentar associada a exercícios físicos pode recuperar massa muscular, funcionalidade e diminuir riscos associados ao envelhecimento.
Empoderar cuidadores e profissionais de saúde para identificar e atuar precocemente é fundamental para minimizar riscos e promover envelhecimento saudável.
Referencial:
CRUZ-JENTOFT, Alfonso José et al. Malnutrition in Older Adults. New England Journal of Medicine, v. 392, n. 22, p. 2244–2255, 12 jun. 2025. Disponível em: https://www.smgg.es/documentos/articulos-del-mes/2025/06/desnutricion-en-adultos-mayores-articulo-junio-2025.pdf.