Quando falamos em cuidado em saúde, muitas vezes pensamos em exames, diagnósticos e medicamentos. Mas existe um elemento silencioso e poderoso que transforma o atendimento: a empatia. Mais do que simpatia ou boa vontade, a empatia é a capacidade de compreender o que o outro está sentindo, colocando-se no lugar dele – sem julgamento, mas com acolhimento.
O que é empatia e por que ela importa?
A empatia no contexto da saúde envolve três dimensões: a emocional (sentir com o outro), a cognitiva (entender a perspectiva do outro) e a comportamental (agir com base nessa compreensão). Para quem está em situação de vulnerabilidade, como um paciente ou cuidador, sentir-se compreendido e respeitado pode fazer toda a diferença no processo de tratamento. Estudos mostram que profissionais de saúde mais empáticos conseguem estabelecer vínculos mais fortes com os pacientes, o que melhora o engajamento no tratamento, reduz o estresse e promove melhores resultados de saúde. Pacientes que sentem essa conexão relatam maior satisfação com o cuidado e mais confiança nas orientações recebidas.
O impacto para pacientes e cuidadores
Para quem está cuidando de alguém doente, o dia a dia pode ser exaustivo e emocionalmente desafiador. Encontrar um profissional de saúde que escuta, acolhe e reconhece as dificuldades da rotina traz alívio e fortalece a parceria no cuidado. Já para os pacientes, especialmente os mais idosos, saber que há um olhar humano por trás do jaleco faz com que o tratamento se torne mais leve, menos solitário. A empatia também protege o próprio profissional. Ela reduz o risco de esgotamento emocional, melhora o clima no ambiente de trabalho e favorece relações mais humanas. Mas ela precisa ser cultivada: com formação contínua, escuta ativa e tempo de qualidade no atendimento.
A empatia não é um “algo a mais” – é parte essencial de um cuidado de qualidade. Pacientes e cuidadores merecem ser vistos além de suas dores, como pessoas inteiras, com histórias, sentimentos e necessidades. E quando isso acontece, o cuidado deixa de ser apenas técnico e se torna verdadeiramente transformador.
REFERÊNCIA:
MOUDATSOU, Maria et al. The role of empathy in health and social care professionals. In: Healthcare. MDPI, 2020. p. 26.